Archive for 2008

Balanço do ano...Balançado ano!!

É fim de ano, e o principal tema dos “círculos, quadrados, triângulos e retas” de conversas é a festa de reveillon, pois todos querem saber onde e como você vai fechar o ano.
Em uma dessas conversas com Déa, minha amiga de muitos anos, comentei que não me importava muito com o reveillon, não é uma festa que goste muito( não há motivo especial para isso). Ela disse que gosta muito, até porque faz um balanço do ano, e, naquele momento parei rapidamente para pensar em como foi meu ano e dizer se foi bom ou ruim, mas não consegui. Tudo o que eu disse era que tinha sido FORTE, e ela concordou completando que havia sido movimentado e isso era bom, apesar de alguns acontecimentos.
Sinceramente, não sei se ele foi bom, mas também não posso dizer que foi ruim. Ainda acho que a palavra “forte” é a melhor classificação que posso dar.
Mas essa não é uma classificação apenas para o ano, mas para mim também. E foi novamente fazendo o tal do balanço que me surpreendi comigo, pois enfrentei muita coisa esse ano, e quando eu fiquei sem chão, tratei de construir outro rapidamente.
Passei por perdas que para muitos podem ser fúteis, mas para mim foi como se tivessem tirando um pedaço de mim.
Dois dos meus três cachorros morreram por razões diferentes em uma semana, e essa foi a maior porrada que recebi, pois não estava preparada.Eles eram parte da minha vida, minha infância, adolescência, enfim, eu cresci com eles. Havia( ainda há) tanto amor em mim que cuidei deles até o último dia, mesmo me sentindo exausta, com uma bravura que não sabia que tinha. Sofri junto com eles, e ainda sofro com saudade deles.
Essa é a primeira vez depois de meses que consigo escrever sobre a morte deles, e me recordo que eu sempre me perguntava por que tinham tirados meus bichinhos de mim, e terminava dizendo que eles eram meus e ninguém tinha o direito!
Eu entendia que ninguém havia tirado, que era a hora deles que tinha chegado. Mas entre entender e aceitar há um abismo enorme, e eu ainda estou atravessando.
Depois de tudo isso percebi uma Rafaela mais determinada, madura, forte, preparada para 2009, e tenho certeza que ainda vou me surpreender muito mais.

O medo de todos os dias.

“Quem anda olhando para frente, em linha reta, é trabalhador. Vagabundo olha para todo lado, está sempre procurando alguma coisa”.
Esta frase foi dita pelo segurança (ou quem preferir zelador de rua) Vladen Mencinauskis Nogueira, de 39 anos. Seu posto de trabalho é na rua Pio XI, no alto da Lapa, zona oeste de São Paulo, e é mais conhecido como Xerife, devido ao seu trajes e postura semelhante aos xerifes de filmes americanos.
E foi ao ler a matéria sobre ele na revista Carta capital, do dia 26 de Novembro, que essa frase me chamou atenção. Comecei a pensar no sentido dela, e apesar de ter lógica, não creio que possa ser aplicada diretamente à nossa sociedade e tantas outras.
A fala do Xerife é um tanto utópica, pois vivemos marcados pelo medo que esses “vagabundos” que olham para todos os lados, e inclusive para nossa direção, nos expõem a todo momento.
Há diversas razões para isso, que unidas resultam no crescimento da marginalidade e da violência em geral. Por isso, estamos aprendendo a andar por aí em estado de alerta, olhando para todos os lados com o temor de sermos surpreendidos. E, assim como eles, nossos olhos estão sempre bem atentos procurando alguma coisa ou pessoa suspeita.
Chegamos a um ponto crítico de sair pelas ruas com desconfiança, medo de todos, até da polícia. Irônico, não?! Temos medo de quem tem por função e juramento nos defender, proteger dos males, de indivíduos corrompidos.
Mas, quem hoje em dia não é corrompido aos nossos olhos?
E o resultado de tudo isso é que acabamos nos tornando “pseudo-vagabundos” para a sociedade, até que prove o contrário, e aí está o problema, provar.
Infelizmente vivemos em uma sociedade que está sitiada pela insegurança, e motivos não faltam.

Puff...

Não sei ao certo, mas talvez eu apenas esteja cansada e devido a isso prefiro ficar calada, silenciar minhas emoções. Cansei de brigar, de tentar mudar alguma coisa em sei lá o que, de dar “murro em ponta de faca”.
Ás vezes tenho a sensação que estou traindo meus princípios, mas depois percebo que não da mais para ficar brigando o tempo todo, alertando, pedindo, tentando.
Fracassada? Não acredito que seja.
Desiludida? Um pouco, quem sabe.
Desanimada? O suficiente.
É que nem sempre dá para sorrir o tempo todo e fingir que está tudo bem ou falar o que acha, o que sente, meus sorrisos já estavam se esgotando.Não dá, também, para ser a mesma pessoa o tempo todo e nem posar de forte a todo momento. Me desculpe, mas eu também sei chorar.
Não sou apenas um colo, um ombro ou uma mão amiga. Sou alguém que às vezes precise mais de tudo isso que você.
Por isso e muitas outras coisas resolvi ficar calada para certas coisas. É como se eu tivesse tirando férias de algo que não sei especificar, mas que andava me deixando bastante cansada, na verdade exausta.
Agora, acho que vou descansar um pouco.

Só me resta a saudade.


Agora só me resta a saudade.
É sempre assim, quando acaba, eu tenho a sensação de que está faltando alguma coisa, e o pior é que eu sei o que.
Eu me acostumo com aquela companhia todos os dias ao meu lado, que me tira um pouco da realidade e me faz mergulhar num mundo paralelo, às vezes triste, outras vezes alegre, ou simplesmente misterioso.
É como se tudo ao meu redor se tornasse pequeno, insignificante. Faço amigos, amores e até inimigos, aprendo a ter sentimentos por alguém que não existe. E por acaso, se existir, eu quero conhecer, pois são tantas coisas que gostaria de dizer e saber.
Mas, infelizmente, um dia, esse companheiro de qualquer hora chega ao fim e junto vem a sensação de que estão me tirando algo, que não faço mais parte daquela história, é o “FIM”.
É triste quando se acaba de ler um livro, mas o fato de que logo encontrarei outro me conforta e tudo começa novamente, e aquele livro que me proporcionou horas tão maravilhosas eu indico para alguém, pois quero que sintam o mesmo que eu.
O livro que eu indico é “A Sombra do Vento” de Carlos Ruiz Zafón. É a história de um menino que certo dia é levado pelo seu pai ao cemitério dos livros esquecidos. Lá ele encontra um livro que lhe envolverá num perigoso suspense, pois ele resolve pesquisar sobre a vida do autor (Julian Carax), e acaba se envolvendo numa trama cheia de mistérios, amores, aventuras e perigos.
Se você tiver algum livro para indicar, fique a vontade.

Permita-se

Já parou para pensar quantas vezes você não se permitiu fazer algo? Não?! Então pode começar a pensar, eu espero...


Pronto?
Então, continuando, vamos para outra pergunta, a do “Porque?”.
Bom...Eu não sou diferente da maioria das pessoas, por isso também não me permito tantas coisas, e responder a essa pergunta é uma delas, pois ficaria com vergonha das minhas justificativas. São tão idiotas e fúteis.
Mas hoje, dentro do ônibus, em uma dessas minhas perambulações por Salvador, pensei na palavra permitir e em todos os significados que ela pode trazer. Por isso, resolvi me permitir mais a fazer algumas coisas, não muitas, mas já é um começo.
E quer um conselho de alguém que já deixou de fazer muitas coisas, mas também já se permitiu algumas outras?
PERMITA-SE!!
Essa é a palavra chave, que vai abrir muitas portas na sua vida!
Permita-se ser feliz, independente do resto (seja lá o que for).
Lute, ame, se apaixone, erre, acerte, sonhe, realize...

Bem maior...

Algumas coisas nos acontecem, e por mais que você procure uma razão que seja concisa, não vai achar. O único motivo que pode ser dado é que no mundo existem muitas pessoas ruins.E por que? Desculpe, mas ainda estou procurando uma resposta.
Se você já foi passado para trás por alguém ou “puxaram seu tapete”, deve saber do que estou falando. É um sentimento confuso, difícil de explicar, uma mistura de tristeza, raiva, decepção, impotência, desânimo, que no fim forma um só.
A sensação que eu tive foi que estava de frente para algumas portas e infelizmente tive que escolher uma, assim como no programa que o Sérgio Malandro tinha (Se é que alguém lembra disso!).Mas, enfim, eu estou cara a cara com as tais portas, e depois de pensar bastante, escolho a “número x”, aí vem o momento suspense (“Que rujam os tambores”), que serve apenas para dar o direito a dúvida sobre a escolha. A porta escolhida se abre e surge um monstro com direito a “Perdeu playboy”, para me mostrar de forma terrível que foi a opção errada.
Bom...A sorte de tudo isso é que sou maior, muito maior. E as pessoas podem até fazer com que me sinta pequena por um tempo, mas nunca serei tão pequena quanto elas e nem por tanto tempo.

A culpa é de quem?


Esses dias, pela manhã, vi uma reportagem na TV Itapuã (filiada da Rede Record) de uma mãe acusando o Colégio Antônio Vieira de cometer um ato de racismo contra seu filho.Ele foi, segundo a mãe, junto com mais três colegas negros, assim como ele,“interrogados” devido a um dinheiro que sumiu de uma das colegas.
Confesso que na hora fiquei assustada, pois como alguns sabem, estudei lá e nunca presenciei uma atitude dessa. Talvez por inocência da minha parte, ou porque realmente não é assim que os problemas são tratados na instituição. E não pense que estou inocentando o colégio,mas também não estou acusando.
Sei muito bem que racismo tem em todo lugar, e neste caso, talvez, não seja um problema do colégio, mas de uma só pessoa, a que supostamente acusou. Lembro que na minha época, o que não faz tanto tempo, a conversa era com a turma inteira, ou(a turma) era chamada de grupo em grupo, mas sem considerar a cor da pele.
É verdade que no colégio há poucos alunos negros, mas acredito que não seja por questões racistas, mas socioeconômicas, pois infelizmente, além do colégio não ser barato, a maioria da população baiana é negra e pobre, o que faz com que não tenha condições de pagar o colégio, o que já era meio difícil para meu pai.
Bom, e a culpa de quem é? De todos nós.
A desigualdade e o racismo são realidades que me entristecem muito. Não vivo isso na pele, eu sei. Sou o que chamam de menininha branquinha de classe media (o que não deixa de ser preconceito), mas não sou apenas um pontinho branco que vive em estado de vegetação na sociedade.Eu vejo o que acontece no mundo e fico revoltada. O que eu faço? Procuro respeitar e tratar as pessoas pelo que são e não pelo o que tem, o que para alguns pode parecer pouco, mas para outros faz grande diferença. E se todos fizessem isso muitas coisas seriam melhores.Pois somos feitos da mesma coisa.
Michael Jackson, por exemplo, era negro e agora está branco. Ele se tornou melhor por causa disso? Sinceramente, para mim não. É apenas mais um idiota no mundo.
E só mais uma coisa...
Da mesma forma que gentileza gera gentileza, preconceito gera preconceito, racismo gera racismo, respeito gera respeito. Nossos atos são uma via de mão dupla.
pense nisso!

Não é bem assim...depende!

”Homens são problemas, e mulheres solução!”
Detesto defender os homens, mas tenho que dizer, que nem sempre as coisas são assim, os homens também podem ser solução para muitas coisas (e nem me venha com aquela pergunta, “me diga uma pelo menos?”). Mas podem também não ser nem um, nem outro. Às vezes o problema vai além dos sexos, é uma questão mais complexa, inerente ao ser humano, independente do que ele seja.
Acho que nem sei direito o que estou falando, nem estou sendo clara, mas vou tentar desatar um nó, que talvez responda a pergunta, que eu a pouco pedi para não ser feita.Vou dar um exemplo, que é na verdade, o motivo, pelo qual estou escrevendo aqui.
Muitas mulheres, ou se preferir, meninas se distanciam dos amigos por causa de um namorado.
Breve observação sobre o namorado: um ser do sexo masculino, que possui grandes chances de te encher de chifres, mas só depois de te deixar loucamente apaixonada por ele. Ele vai te sacanear bastante, mas não vai terminar, pois homens têm grandes dificuldades de fazer isso. E quando você terminar, esperando que volte, ele vai arrumar outra numa velocidade maior que a da luz. Porém, isso não é uma regra, ou seja, nem todos são assim.
Voltando...Muitas mulheres perdem amigas, ou pelo menos esfriam a amizade, por causa dos homens. Errado! Não é por causa deles, mas por causa delas, é ai que entra a questão deles nem sempre serem o problema, mas também, neste caso, não são solução. As mulheres quando se apaixonam ficam cegas, e algumas acreditam que estão cercadas de inimigos, ou que nasceram para viver em função do namorado. O ciúme é um importante fator para isso, ele faz com que o medo de ser trocada ou perder aquele que você pensa ser seu príncipe encantado, sapo, Dom Juan, zorro, o que preferir, te afaste das pessoas.
O problema é quando tudo isso acaba, e você foi abandonada por pessoas que te amavam muito e que você também amava, mas estava ocupada demais para perceber que elas cansaram de tentar te seguir. Não te chamam mais para sair, não há babados para contar, você não tem muitos ombros para chorar, por isso chora em qualquer um. A partir daí será hora de começar a correr atrás do tempo perdido, mas você percebe que o tempo não volta atrás. Mas calma, não é o fim do mundo, você ainda pode cuidar para que o tempo que esta por vir não se perca e as pessoas que você acabou de se lembrar que ama, aos poucos vão voltar, pois amigos são para sempre, basta saber cuidar deles e reconhecer o erro.

“Não seria bom viver num mundo sem vaidade?”




“Não seria bom viver num mundo sem vaidade?”.

Antes de continuar lendo, pare e pense em sua resposta para a pergunta à cima.
Essa pergunta faz parte da nova jogada de marketing da empresa de cosméticos O Boticário, que por sinal, está muito bem feita, e atrevo-me até a dizer que é uma das melhores que já vi, principalmente pelo seu alto poder de persuasão.Porém, não concordo com a mensagem transmitida.
O informe publicitário apresenta um mundo em tons meio acinzentados, sem elementos que estejam ligados a vaidade, como espelho e maquiagem, cujas pessoas se vestem iguais e com roupas que não valorizam o corpo, possuem o mesmo corte e cor de cabelo, enfim, são semelhantes.
Mas ao ver a propaganda eu me indaguei sobre uma questão que, talvez, muitos não tenham pensado. Onde ficam os negros, mulatos, orientais, indígenas, gordos, loiros, ruivos, de cabelo cacheado ou ondulado?Sofrem algum tipo de mutação, passam por uma transformação ou vão para algum tipo de campo de concentração?
A mulher apresentada na propaganda, apesar de não estar maquiada, tem traços tipicamente ocidentais, cabelo preto, liso e um corpo bonito.
Será que o mundo sem vaidade seria assim? Não.Eu, por exemplo, teria que pintar o cabelo de preto, fazer uma escova progressiva e cortar ele no estilo chanel. Diante disso, posso concluir que para abdicar a vaidade eu devo usá-la antes, para ficar parecida com as outras. E se eu, com meus traços tipicamente ocidentais e bem branca precisaria fazer tudo isso, imagine uma pessoa negra e uma oriental.
O mundo em que vivemos é capitalista, logo, o padrão de beleza estabelecido também é, e vender é imprescindível, pois é isso que mantém o sistema. Contudo, para vender é necessário um comprador, e é ai que entra a industria publicitária, com a finalidade de te convencer a consumir o produto. No caso do O Boticário, eles deixam explicito, que se você não tem vaidade e usa produtos de beleza (deles é claro!), vivera em um mundo triste e sem cor. Só faltaram dizer que a cuca vai pegar!
Talvez, nenhuma propaganda de cosméticos tenha ido tão fundo para manipular o consumidor, pois ao final, antes de você ter tempo de relacioná-la com tudo que foi dito, você se convence de que o mundo sem vaidade seria péssimo, pareceríamos robôs, sem vida sem personalidade.
Eu particularmente acredito na vaidade, mas não da forma que foi posta na propaganda e sem padrões.

Ao escrever este texto lembrei de uma frase de Vinicius de Moraes,e gostaria de finalizar com ela.
“Me desculpem as feias mais beleza é fundamental”

Um esclarecimento...


Hoje perguntei a Deus o porquê de tudo isso, e Ele respondeu:
— Porque eu vos dei o livre arbítrio.

Tanta...

Lembra das besteiras ao pé do ouvido, que há um tempo falamos um para o outro?
Não, acho que não.
Você não deve lembrar, afinal, tantas outras besteira já deve ter dito para tantas outras mulheres, que te disseram tantas outras, talvez, melhores que as minhas. Mas saiba que até hoje guardo as minhas para serem ditas no seu ouvido, apenas no seu, infelizmente...
Queria poder dizer tanta bobagem, para tantos homens, e tantas vezes, mas não consigo, pois, por mais que tente, elas não saem da minha boca, e ficam aqui dentro de mim dizendo e repetindo incansavelmente que já tem dono e que não vão aceitar qualquer ouvido, apenas para satisfazer a minha vontade de me livrar de tantas coisas...
Do tempo que já passou e não volta mais, do teu olhar, beijo, abraço, sorriso, carinho, perfume, besteiras, enfim, de você...
Por que??? Pelo mesmo motivo de não ouvir mais nada ao pé do meu ouvido, por este silêncio que tanto me incomoda e principalmente por mim, que perco tempo com as besteiras que poderia dizer, mas você não esta aqui. E mesmo que estivesse, talvez elas entrassem por um ouvido e saíssem pelo outro, ou quem sabe ficassem jogadas no meio de todas as outras, que foram ditas pelas outras.
Mas te digo uma coisa, talvez a única que tenho certeza: não quero ser a outra, uma outra, qualquer outra...
Na verdade, nem sei mais se quero ser alguma coisa na sua vida, se quero fazer parte dela (se é que ainda faço), talvez precise me livrar de você, e encontrar outro ouvido para dizer tantas besteiras e ao final tudo se repetir, até encontrar outro e outro...
Ahhh!!! É tanta saudade...

Um suposto feriado.

Você é daquelas pessoas que de vez em quando pede que aconteça algo diferente na sua vida?
Cuidado com isso...
Nem sempre esse “algo novo” será bom, poderá ser ruim ou quem sabe uma mistura dos dois.
Digamos que certo dia você acorde cedo com aquela preguiça básica, se arrume rastejando para ir estudar, trabalhar ou qualquer outra coisa, passe por uma atividade que exija uma habilidade que você ainda não possui, ou nunca vai possuir.
Mas o retorno para casa prepara a maior surpresa do dia, você é furtado.Não importa o que levaram de você, o importante é que levaram, e isso te deixa com raiva,muita raiva,mas você decide que nada mais vai acabar com o seu dia e resolve sair de noite para ver alguns amigos e pessoas que há um bom tempo não tinha contato. A noite parece super agradável, você se diverte, conversa, dança, mata a saudade, conhece novas pessoas, muda seu conceito sobre outras e o dia acaba bem. Porém, lembre-se que o dia termina às 24h.
O outro dia mal havia começado e surge uma revelação em meio a um papo bom com uma pitada de saudosismo. Alguém que você gosta muito tem uma mágoa de você e isso te atinge profundamente. É muito triste pensar que um dia você decepcionou um amigo, mas a certeza do futuro conforta, pois podemos fazer diferente e concertar alguns erros do passado. Não se deve admitir a possibilidade de um dia ver que deixou essa pessoa ir embora de vez da sua vida, seria burrice perder uma amizade dessa.
Bom, voltando a festa, chega um momento que já está cansado, é hora de ir para casa, dormir e passar o dia refletindo sobre tantas coisas que escutou, e pensar nas besteiras que estava fazendo.
No outro dia você acorda renovado, cheio de novas decisões para sua vida, e decreta que de agora em diante tentaria fazer algumas coisas diferentes e para celebrar isso, vai arrumar seu quarto, dar aquela faxina geral, como se fosse uma faxina em você mesmo. De repente começa uma tosse, “a maldita alergia chegando”, você logo diz, e isso acaba com todos seus planos para o dia, mas amanha será um novo dia e tudo vai melhorar.
Tudo?? Sua tosse não melhorou, piorou e ainda te deixou rouca, com a garganta inflamada.Que saco!!! Mas, desta vez ela não irá te impedir de fazer nada, afinal, você tem que honrar seus compromissos e vai a um encontro com colegas, para realizar um trabalho.
E mais uma vez você não tinha noção do que te esperava, não foi uma simples tarde, nem um pouco simples, foi marcante.De início tudo estava bem, mas quando parecia ter acabado, o inesperado te surpreende, um barraco daqueles, uma agressão á alguém que você tinha acabado de conhecer, talvez nunca mais encontrasse com ele por ai, mas um laço havia sido construído, pequeno, frágil, mas assim mesmo um laço.Você se envolve com toda situação, não se importa se as pessoas estão olhando você gritar, é o que menos importa, ás vezes é necessário descer do salto e deixar a adrenalina tomar conta, afinal, a luta é por uma injustiça, e já existem tantas pessoas que se calam perante as injustiças, por que ser mais uma?
O dia acaba bem, sua briga, seus gritos e de seus colegas e companheiros de causa, fizeram efeito. Graças a Deus uma coisa boa! Mas ainda resta em você as imagens do ocorrido, todos ficaram assustados e abalados.
Mas amanha será um novo dia e tudo vai melhorar...
Você passa a noite praticamente em claro, sua tosse havia piorado e quando vai tentar dar as primeiras palavras do dia percebe que sua voz está te abandonando, dando lugar para um dor.Todos os planos para o dia foram cancelados e vieram os remédios, que finalmente fizeram sua voz voltar, a garganta desinflamar um pouco, mas a dor e a tosse continuavam ali, suas fies escudeiras.
E mais uma vez a noite vem, você não pensa mais que amanha será um outro dia e que tudo vai melhorar, está pronta para tudo, até para mais uma insônia devido à tosse. O dia é sem grandes emoções, você passa em cima de uma cama se entupindo de remédios com vontade de chorar.É o fim do seu feriado...
Se você só consegue olhar tudo isso com um olhar trágico, cuidado ao pedir que aconteçam coisas diferentes. Eu olho tudo isso como uma nova experiência, histórias para um dia serem lembradas e contadas, tirando a parte da doença, porque isso eu não desejo a ninguém.

Um ato de coragem

Um dia, quando ainda era pequena, me disseram que quando uma pessoa se suicida ela não vai para o céu, vai para...Deixa pra lá.
Me explicaram que uma pessoa não tinha direito de tirar a vida que Deus deu,era pecado,não era digno de pertencer ao céu.
Mas, e quando não há mais vida?
Viver não é apenas respirar, ter seu sangue correndo pelas veias, é muito mais complexo que isso. Chega um momento, para alguns, que tudo perde o sentido, não há mais vida. É a partir daí que algumas pessoas tomam a coragem de acabar com todo seu sofrimento, sua angustia, não há mais por que ser apenas um corpo, sem alma.É preciso muita coragem para isso, e ninguém sabe o que se passa com aquela pessoa.
A eutanásia (morte programada) é uma medida muito polêmica também, porém mais complicada, pois envolve mais pessoas, a coragem se torna maior.Não pretendo me estender sobre esse assunto, pois há um filme espanhol que é melhor do que qualquer palavra que eu escreva, por isso indico que assistam “Mar adentro”, uma história verídica de um rapaz que fica tetraplégico e luta para que a família cometa a eutanásia.
Talvez, seja melhor tomar uma medida drástica como essa, mesmo causando sofrimento de outros (que esperamos que um dia superem) do que viverem um mundo sem sentido, e todos que julgam esse ato são hipócritas.É fácil julgar quando se está de fora, o difícil é vivenciar tudo isso e entender as razões, que precisam apenas serem aceitas.
É claro, que acredito que haja exceções, há pessoas que ainda podem retomar a vida, e isso depende de nós também, porque o que às vezes essas pessoas precisam é de amor, carinho, respeito e uma oportunidade para voltar a encontrar um sentido para viver.
Voltando a falar em Deus, lembra que ele nos deu o livre arbítrio?Pois é, então devemos deixar que cada um decida o que deve ser feito durante sua caminhada pela Terra. E sobre o lugar para onde vão essas pessoas, eu não sei dizer, mas acredito que seja um bom lugar, pois o Deus em que acredito não é nenhum carrasco e entende melhor o coração dos homens do que se possa imaginar, ele não nos criou para punir, mas para nos amar.
Desejo que essas pessoas que tomaram essa medida estejam em paz.

O caso da menina.

39 dias, praticamente seis semanas. Parece que o Brasil parou.Mas apenas parece.
Os holofotes estão virados para o caso da menina de cinco anos que foi atirada pelo pai (de acordo com as evidências), da janela do 6º andar do edifício, cujo pai, a madrasta e os dois irmãos mais novos residiam.
O nome dela o país já sabe dizer até de traz para frente, os detalhes do caso dispensa comentários, todo mundo sabe, até demais. Se houvesse uma prova sobre conhecimentos do caso, todos tirariam nota máxima, com exceção da família Nardoni, Jatobá e os advogados de defesa, que devem ter fugido da “escola”.
O 9º distrito policial, as casas dos pais de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Jatobá se tornaram os mais novos pontos turísticos de São Paulo.As pessoas se dizem mobilizadas com o caso.De fato, devem estar, mas esse, para muitos, não é o motivo mais forte que as fizeram sair de suas casas. A mídia é a razão, a necessidade de aparecer na televisão.
Em meio a toda confusão, com direito a tiro ao alvo no carro dos advogados de defesa, encontramos pessoas sorrindo, dando tchau para as câmeras, um aposentado fantasiado de anjo, com o intuito de protestar sobre o fundo de pensão e muito mais. É o homem mostrando a necessidade de atenção.
O que falta ser visto, nessas aglomerações humanas, se é que realmente falta, são faixas e cartazes com os já manjados dizeres: ”Filma eu!”, “Estou no globo”, “Mãe, olha eu aqui!”...
As pessoas tentam aproveitar a mídia ao máximo, e a mídia das pessoas. Afinal, estes holofotes estão para se apagar e logo o caso da menina cai no esquecimento, como tantos outros, até que alguém de classe média ou alta, cometa mais algum crime deste gênero.Enquanto isso pais continuarão matando filhos, mas não se preocupe, são geralmente famílias pobres, e isso não dá IBOPE.

Me falta a palavra...

Procuro...
Procuro...Mas não encontro.
Hoje, passei o dia pensando na palavra que iria usar para dizer como foi o show de ontem.
Ops!Perdoe-me, não foi um show, foi, como disse Anitelli (vocalista do O Teatro Mágico), “um encontro de pessoas raras”.
Queria apenas uma palavra para definir essa experiência, que há muito esperava ter,mas de todas as palavras que eu conheço não encontrei nenhuma que conseguisse dizer o que eu quero e sinto .Pensei em simplesmente dizer perfeito, mas não, essa é uma palavra muito obvia e sem criatividade, para um espetáculo nada obvio e esbanjando criatividade, que faz você não querer mais parar de cantar e aplaudir.
Quando eu perguntava para alguém que já tinha ido neste encontro de raridades como era, não sabiam me explicar direito e sempre me diziam: “você tem que ir”.
E finalmente eu fui e digo para você que curte O Teatro Mágico e ainda não foi, ”você tem que ir!!”, e se você nunca escutou,”vale a pena escutar”.Não garanto que goste, conheço varias pessoas que não curtiram e muitas outras, assim como eu, que se apaixonaram.
É uma trupe com uma proposta de arte, musica e cultura muito interessante, principalmente pelo fato de misturarem a magia do circo a tudo isso.No palco há uma interação com o publico, o que hoje em dia não é muito comum de se ver, pois geralmente as pessoas sobem ao palco, cantam e pronto, tanto que boa parte do publico não olha para o cantor.
Acredito, que as pessoas estejam precisando um pouco de coisas diferentes, que quebrem a rotina e as surpreendam, e se O Teatro Mágico não for capaz de lhe proporcionar isso, procure outra coisa, há tantas outras coisas por ai, quebre um pouco os limites do seu entretenimento e quem sabe do seu pensar.

“Nem toda palavra é
Aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra
Se parece com tijolo ou com pedra de giz...”(sonho,O Teatro Mágico)

Hoje eu quero...


Hoje eu quero me despir, tirar esta capa que me veste e mostrar o meu eu por completo, para todos que me rodeiam. Quero gritar, chorar, dar gargalhadas, brincar, expressar esse turbilhão de sentimentos que corre pelas minhas veias e aquece minha alma.
Quero aparecer nua aos seus olhos, mas não posso, não consigo.As pessoas não estão prontas para saber o que há aqui dentro, tenho medo, muito medo, do incerto.
Criei essa capa para que estivesse sempre protegida.Você pode me perguntar de que e eu te responderia que não sei, nem sei se ela realmente me protege, só sei que hoje me deu vontade de tirá-la, mas continuo com medo.
As pessoas se decepcionariam, eu sei, não sou o quem elas esperam que eu seja. Há também a possibilidade de me decepcionar com elas, pois eu espero demais dos outros. Sei que isso não é bom, já me magoei à toa tantas vezes, tentei mudar, mas não consegui, porque antes eu tenho que esperar menos de mim.
Talvez hoje eu só precise chorar em um colo que não me julgue, como se fosse uma menina indefesa. E quem sabe eu realmente não sou?

O dinheiro enlouquece.

O Ministério da Saúde adverte: Ter dinheiro e cometer algum crime no Brasil resulta em deficiência mental.
Claro que esta frase não foi dita pelo Ministério, porém o assunto não é brincadeira, é algo muito sério. Difícil acreditar não é? Para mim não.
Não me surpreendo com facilidade dos absurdos do Brasil. Afinal, com o tempo a gente se acostuma, mas não deveríamos, e eu posso até entender o fato de se acostumar, mas não de aceitar.
Por isso que eu digo mil vezes que não aceito!!!
Não aceito ligar a televisão, abrir um jornal ou qualquer outro meio de comunicação e ver que uma mulher que tortura crianças tentar se passar por doente mental, só para não acabar na cadeia. Mas também, ela não pode se misturar, pode ser que quebre a unha no meio de tantos bandidos de alta periculosidade,que muitas vezes roubam para matar a fome,enquanto ela tortura para que mesmo?
Já a sua empregada, que é pobre, tem sua sanidade mental intacta, mas a “casa derrubada”.
Este não é o único caso de pessoas que tem sua sanidade mental colocada à prova, há tantos advogados que são pagos para chamarem seu cliente de louco! Parece ridículo,mas em um país que tem condições carcerárias tão precárias, ser louco é a melhor saída.
Não vejo a diferença entre o pobre e uma classe media ou alta que cometeu um crime, são todos culpados e deveriam todos sofrer da mesma lei, pagar pelos seus erros.
Não vejo a razão de uma pessoa que ás vezes tem de tudo, cometer um crime.
Não vejo o motivo de tanta desigualdade neste país.
É...Talvez eu esteja cega...

Onde esta o amor?

Neste fim de semana havia escrito um texto falando do amor, sobre em que ele se transformou após o fenômeno da globalização,ou seja,em um verdadeiro fast food.
Mas resolvi não postá-lo, pois me ocorreu um fato que me entristeceu e que não deixa de estar relacionado com o amor a vida, ao próximo.
Alguns devem ter acompanhado no jornal local o caso de uma senhora que estava sentada em um ponto de ônibus em Patamares, e de repente um carro desgovernado, em alta velocidade, à atingiu, perdendo um pedaço da perna direita,na ultima sexta-feira,14 de março.
Pois é, eu vi a senhora no chão com o pedaço da sua perna ao lado e o sangue deixando a marca do acidente no ponto de ônibus.Foi tudo muito rápido, pois eu estava passando de ônibus na hora e ela já estava recebendo os primeiros atendimentos pela equipe do SAMU.
Fiquei impressionada com aquela cena, principalmente ao ver aquela roda de pessoas olhando a desgraça alheia.Coloquei-me no lugar dela, afinal à uns 20 minutos atrás quem estava em um ponto era eu, e não podemos pensar que as coisas só acontecem com os outros,porque nós somos os outros também.
Cheguei em casa horrorizada, contando o que tinha presenciado, e no outro dia meu pai veio me contar que a senhora em meio a uma cirurgia para amputar a outra perna teve uma parada cardíaca e faleceu.
Agora eu fico me perguntando onde esta o amor? Para que andar em alta velocidade, colocando a sua vida e a de outros em risco?De que vale a pena tudo isso?E para que ficar parado olhando o sofrimento dos outros se não pode ajudar?
Gosto muito de um fragmento de um texto de Carlos Drummond de Andrade, que simboliza um pouco tudo isso; “A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos...”
Reflitam sobre isso, porque a vida é muito boa para ser desperdiçada, e para isso só é necessário alguns segundos, ou quem sabe menos.Ame mais você e os outros, mesmo que não o conheça,o mundo é muito grande e a vida é muito pequena para dar tempo de ser amigos de todos,mas o nosso coração é maior que tudo isso e não depende de tempo.

Por que quero ser jornalista...

Passei muito tempo da minha adolescência pensando o que queria ser quando "crescer".Pensei em tanta coisa,empresária,vendedora,designe,arquiteta e até estilista,mas sempre chegava a conclusão de que não tinha talento. A cada idéia de profissão sem sucesso eu entrava em uma crise existencial, de achar que eu não servia para nada,era uma inútil!Isso tudo já era dificil,e ainda estava passando pela adolescência,fase que dispensa comentários.
No ultimo ano do colégio eu já devia saber o queria fazer na vida,mas não conseguia descobrir qual era o meu talento,até que um dia fui conhecer o jornal A Tarde e passei um dos melhores dias da minha vida,me senti em casa,fascinada com aquilo tudo.Foi assim que entendi que queria fazer jornalismo e que o meu talento estava na minha cara literalmente,pois eu tenho o dom da fala,falo mais que a "nega do leite" e para todo mundo ouvir.
Meu coração se acalmou, mesmo escutando varias pessoas falarem que isso não era pra mim,que eu iria morrer de fome.Mas por que morrer de fome?Por acaso o casal Jornal Nacional e tantos outros estão morrendo de fome?Por que logo eu?
As pessoas não entendem que isto vou ter que descobrir sozinha e nem acredito em bola de cristal.
Pode ser que um dia descubra que eu tenho talento para outra coisa,mas ai é que esta o mistério da vida.
Bom,mas mesmo assim eu tentava justificar e não era suficiente, até que certo dia meu irmão me deu um filme para assistir,De Encontro Com o Amor(muito bom!).Neste filme tem uma passagem em que um conceituado escritor pergunta a um iniciante por que ele queria ser escritor e ele depois de um tempo consegue responder com uma frase que adotei e agora quando me perguntam eu respondo da mesma forma que o jovem escritor respondeu..."porque não me imagino fazendo outra coisa".

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