Archive for maio 2008

Um suposto feriado.

Você é daquelas pessoas que de vez em quando pede que aconteça algo diferente na sua vida?
Cuidado com isso...
Nem sempre esse “algo novo” será bom, poderá ser ruim ou quem sabe uma mistura dos dois.
Digamos que certo dia você acorde cedo com aquela preguiça básica, se arrume rastejando para ir estudar, trabalhar ou qualquer outra coisa, passe por uma atividade que exija uma habilidade que você ainda não possui, ou nunca vai possuir.
Mas o retorno para casa prepara a maior surpresa do dia, você é furtado.Não importa o que levaram de você, o importante é que levaram, e isso te deixa com raiva,muita raiva,mas você decide que nada mais vai acabar com o seu dia e resolve sair de noite para ver alguns amigos e pessoas que há um bom tempo não tinha contato. A noite parece super agradável, você se diverte, conversa, dança, mata a saudade, conhece novas pessoas, muda seu conceito sobre outras e o dia acaba bem. Porém, lembre-se que o dia termina às 24h.
O outro dia mal havia começado e surge uma revelação em meio a um papo bom com uma pitada de saudosismo. Alguém que você gosta muito tem uma mágoa de você e isso te atinge profundamente. É muito triste pensar que um dia você decepcionou um amigo, mas a certeza do futuro conforta, pois podemos fazer diferente e concertar alguns erros do passado. Não se deve admitir a possibilidade de um dia ver que deixou essa pessoa ir embora de vez da sua vida, seria burrice perder uma amizade dessa.
Bom, voltando a festa, chega um momento que já está cansado, é hora de ir para casa, dormir e passar o dia refletindo sobre tantas coisas que escutou, e pensar nas besteiras que estava fazendo.
No outro dia você acorda renovado, cheio de novas decisões para sua vida, e decreta que de agora em diante tentaria fazer algumas coisas diferentes e para celebrar isso, vai arrumar seu quarto, dar aquela faxina geral, como se fosse uma faxina em você mesmo. De repente começa uma tosse, “a maldita alergia chegando”, você logo diz, e isso acaba com todos seus planos para o dia, mas amanha será um novo dia e tudo vai melhorar.
Tudo?? Sua tosse não melhorou, piorou e ainda te deixou rouca, com a garganta inflamada.Que saco!!! Mas, desta vez ela não irá te impedir de fazer nada, afinal, você tem que honrar seus compromissos e vai a um encontro com colegas, para realizar um trabalho.
E mais uma vez você não tinha noção do que te esperava, não foi uma simples tarde, nem um pouco simples, foi marcante.De início tudo estava bem, mas quando parecia ter acabado, o inesperado te surpreende, um barraco daqueles, uma agressão á alguém que você tinha acabado de conhecer, talvez nunca mais encontrasse com ele por ai, mas um laço havia sido construído, pequeno, frágil, mas assim mesmo um laço.Você se envolve com toda situação, não se importa se as pessoas estão olhando você gritar, é o que menos importa, ás vezes é necessário descer do salto e deixar a adrenalina tomar conta, afinal, a luta é por uma injustiça, e já existem tantas pessoas que se calam perante as injustiças, por que ser mais uma?
O dia acaba bem, sua briga, seus gritos e de seus colegas e companheiros de causa, fizeram efeito. Graças a Deus uma coisa boa! Mas ainda resta em você as imagens do ocorrido, todos ficaram assustados e abalados.
Mas amanha será um novo dia e tudo vai melhorar...
Você passa a noite praticamente em claro, sua tosse havia piorado e quando vai tentar dar as primeiras palavras do dia percebe que sua voz está te abandonando, dando lugar para um dor.Todos os planos para o dia foram cancelados e vieram os remédios, que finalmente fizeram sua voz voltar, a garganta desinflamar um pouco, mas a dor e a tosse continuavam ali, suas fies escudeiras.
E mais uma vez a noite vem, você não pensa mais que amanha será um outro dia e que tudo vai melhorar, está pronta para tudo, até para mais uma insônia devido à tosse. O dia é sem grandes emoções, você passa em cima de uma cama se entupindo de remédios com vontade de chorar.É o fim do seu feriado...
Se você só consegue olhar tudo isso com um olhar trágico, cuidado ao pedir que aconteçam coisas diferentes. Eu olho tudo isso como uma nova experiência, histórias para um dia serem lembradas e contadas, tirando a parte da doença, porque isso eu não desejo a ninguém.

Um ato de coragem

Um dia, quando ainda era pequena, me disseram que quando uma pessoa se suicida ela não vai para o céu, vai para...Deixa pra lá.
Me explicaram que uma pessoa não tinha direito de tirar a vida que Deus deu,era pecado,não era digno de pertencer ao céu.
Mas, e quando não há mais vida?
Viver não é apenas respirar, ter seu sangue correndo pelas veias, é muito mais complexo que isso. Chega um momento, para alguns, que tudo perde o sentido, não há mais vida. É a partir daí que algumas pessoas tomam a coragem de acabar com todo seu sofrimento, sua angustia, não há mais por que ser apenas um corpo, sem alma.É preciso muita coragem para isso, e ninguém sabe o que se passa com aquela pessoa.
A eutanásia (morte programada) é uma medida muito polêmica também, porém mais complicada, pois envolve mais pessoas, a coragem se torna maior.Não pretendo me estender sobre esse assunto, pois há um filme espanhol que é melhor do que qualquer palavra que eu escreva, por isso indico que assistam “Mar adentro”, uma história verídica de um rapaz que fica tetraplégico e luta para que a família cometa a eutanásia.
Talvez, seja melhor tomar uma medida drástica como essa, mesmo causando sofrimento de outros (que esperamos que um dia superem) do que viverem um mundo sem sentido, e todos que julgam esse ato são hipócritas.É fácil julgar quando se está de fora, o difícil é vivenciar tudo isso e entender as razões, que precisam apenas serem aceitas.
É claro, que acredito que haja exceções, há pessoas que ainda podem retomar a vida, e isso depende de nós também, porque o que às vezes essas pessoas precisam é de amor, carinho, respeito e uma oportunidade para voltar a encontrar um sentido para viver.
Voltando a falar em Deus, lembra que ele nos deu o livre arbítrio?Pois é, então devemos deixar que cada um decida o que deve ser feito durante sua caminhada pela Terra. E sobre o lugar para onde vão essas pessoas, eu não sei dizer, mas acredito que seja um bom lugar, pois o Deus em que acredito não é nenhum carrasco e entende melhor o coração dos homens do que se possa imaginar, ele não nos criou para punir, mas para nos amar.
Desejo que essas pessoas que tomaram essa medida estejam em paz.

O caso da menina.

39 dias, praticamente seis semanas. Parece que o Brasil parou.Mas apenas parece.
Os holofotes estão virados para o caso da menina de cinco anos que foi atirada pelo pai (de acordo com as evidências), da janela do 6º andar do edifício, cujo pai, a madrasta e os dois irmãos mais novos residiam.
O nome dela o país já sabe dizer até de traz para frente, os detalhes do caso dispensa comentários, todo mundo sabe, até demais. Se houvesse uma prova sobre conhecimentos do caso, todos tirariam nota máxima, com exceção da família Nardoni, Jatobá e os advogados de defesa, que devem ter fugido da “escola”.
O 9º distrito policial, as casas dos pais de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Jatobá se tornaram os mais novos pontos turísticos de São Paulo.As pessoas se dizem mobilizadas com o caso.De fato, devem estar, mas esse, para muitos, não é o motivo mais forte que as fizeram sair de suas casas. A mídia é a razão, a necessidade de aparecer na televisão.
Em meio a toda confusão, com direito a tiro ao alvo no carro dos advogados de defesa, encontramos pessoas sorrindo, dando tchau para as câmeras, um aposentado fantasiado de anjo, com o intuito de protestar sobre o fundo de pensão e muito mais. É o homem mostrando a necessidade de atenção.
O que falta ser visto, nessas aglomerações humanas, se é que realmente falta, são faixas e cartazes com os já manjados dizeres: ”Filma eu!”, “Estou no globo”, “Mãe, olha eu aqui!”...
As pessoas tentam aproveitar a mídia ao máximo, e a mídia das pessoas. Afinal, estes holofotes estão para se apagar e logo o caso da menina cai no esquecimento, como tantos outros, até que alguém de classe média ou alta, cometa mais algum crime deste gênero.Enquanto isso pais continuarão matando filhos, mas não se preocupe, são geralmente famílias pobres, e isso não dá IBOPE.

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