Archive for dezembro 2008

Balanço do ano...Balançado ano!!

É fim de ano, e o principal tema dos “círculos, quadrados, triângulos e retas” de conversas é a festa de reveillon, pois todos querem saber onde e como você vai fechar o ano.
Em uma dessas conversas com Déa, minha amiga de muitos anos, comentei que não me importava muito com o reveillon, não é uma festa que goste muito( não há motivo especial para isso). Ela disse que gosta muito, até porque faz um balanço do ano, e, naquele momento parei rapidamente para pensar em como foi meu ano e dizer se foi bom ou ruim, mas não consegui. Tudo o que eu disse era que tinha sido FORTE, e ela concordou completando que havia sido movimentado e isso era bom, apesar de alguns acontecimentos.
Sinceramente, não sei se ele foi bom, mas também não posso dizer que foi ruim. Ainda acho que a palavra “forte” é a melhor classificação que posso dar.
Mas essa não é uma classificação apenas para o ano, mas para mim também. E foi novamente fazendo o tal do balanço que me surpreendi comigo, pois enfrentei muita coisa esse ano, e quando eu fiquei sem chão, tratei de construir outro rapidamente.
Passei por perdas que para muitos podem ser fúteis, mas para mim foi como se tivessem tirando um pedaço de mim.
Dois dos meus três cachorros morreram por razões diferentes em uma semana, e essa foi a maior porrada que recebi, pois não estava preparada.Eles eram parte da minha vida, minha infância, adolescência, enfim, eu cresci com eles. Havia( ainda há) tanto amor em mim que cuidei deles até o último dia, mesmo me sentindo exausta, com uma bravura que não sabia que tinha. Sofri junto com eles, e ainda sofro com saudade deles.
Essa é a primeira vez depois de meses que consigo escrever sobre a morte deles, e me recordo que eu sempre me perguntava por que tinham tirados meus bichinhos de mim, e terminava dizendo que eles eram meus e ninguém tinha o direito!
Eu entendia que ninguém havia tirado, que era a hora deles que tinha chegado. Mas entre entender e aceitar há um abismo enorme, e eu ainda estou atravessando.
Depois de tudo isso percebi uma Rafaela mais determinada, madura, forte, preparada para 2009, e tenho certeza que ainda vou me surpreender muito mais.

O medo de todos os dias.

“Quem anda olhando para frente, em linha reta, é trabalhador. Vagabundo olha para todo lado, está sempre procurando alguma coisa”.
Esta frase foi dita pelo segurança (ou quem preferir zelador de rua) Vladen Mencinauskis Nogueira, de 39 anos. Seu posto de trabalho é na rua Pio XI, no alto da Lapa, zona oeste de São Paulo, e é mais conhecido como Xerife, devido ao seu trajes e postura semelhante aos xerifes de filmes americanos.
E foi ao ler a matéria sobre ele na revista Carta capital, do dia 26 de Novembro, que essa frase me chamou atenção. Comecei a pensar no sentido dela, e apesar de ter lógica, não creio que possa ser aplicada diretamente à nossa sociedade e tantas outras.
A fala do Xerife é um tanto utópica, pois vivemos marcados pelo medo que esses “vagabundos” que olham para todos os lados, e inclusive para nossa direção, nos expõem a todo momento.
Há diversas razões para isso, que unidas resultam no crescimento da marginalidade e da violência em geral. Por isso, estamos aprendendo a andar por aí em estado de alerta, olhando para todos os lados com o temor de sermos surpreendidos. E, assim como eles, nossos olhos estão sempre bem atentos procurando alguma coisa ou pessoa suspeita.
Chegamos a um ponto crítico de sair pelas ruas com desconfiança, medo de todos, até da polícia. Irônico, não?! Temos medo de quem tem por função e juramento nos defender, proteger dos males, de indivíduos corrompidos.
Mas, quem hoje em dia não é corrompido aos nossos olhos?
E o resultado de tudo isso é que acabamos nos tornando “pseudo-vagabundos” para a sociedade, até que prove o contrário, e aí está o problema, provar.
Infelizmente vivemos em uma sociedade que está sitiada pela insegurança, e motivos não faltam.

Puff...

Não sei ao certo, mas talvez eu apenas esteja cansada e devido a isso prefiro ficar calada, silenciar minhas emoções. Cansei de brigar, de tentar mudar alguma coisa em sei lá o que, de dar “murro em ponta de faca”.
Ás vezes tenho a sensação que estou traindo meus princípios, mas depois percebo que não da mais para ficar brigando o tempo todo, alertando, pedindo, tentando.
Fracassada? Não acredito que seja.
Desiludida? Um pouco, quem sabe.
Desanimada? O suficiente.
É que nem sempre dá para sorrir o tempo todo e fingir que está tudo bem ou falar o que acha, o que sente, meus sorrisos já estavam se esgotando.Não dá, também, para ser a mesma pessoa o tempo todo e nem posar de forte a todo momento. Me desculpe, mas eu também sei chorar.
Não sou apenas um colo, um ombro ou uma mão amiga. Sou alguém que às vezes precise mais de tudo isso que você.
Por isso e muitas outras coisas resolvi ficar calada para certas coisas. É como se eu tivesse tirando férias de algo que não sei especificar, mas que andava me deixando bastante cansada, na verdade exausta.
Agora, acho que vou descansar um pouco.

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