Archive for julho 2010

Confissões sobre um olhar...

Nos olharmos. Era somente nisso que eu pensava nos últimos dias, horas e segundos. Nos olharmos novamente.

Aqueles olhos que foram de encontro aos meus em uma fração de segundos que mais pareciam uma eternidade, tirou todo meu sossego. Não durmo, não me alimento. Por mais que eu tente, não consigo tirar da minha cabeça a estranha leveza daquele olhar que consumiu todo meu corpo, me paralisou, não me mexia. Apenas meu sangue circulava freneticamente, num ritmo que chegava a me sufocar,e quando percebi não conseguia mais respirar e meu coração estava para saltar pela boca.

Naqueles segundos não fui capaz de dizer nenhuma palavra, cheguei até a abrir a boca,tentei soltar algum som, mas nada.Me senti de novo uma adolescente insegura, desprotegida e com borboletas no estômago.

Ahhh...Aquele olhar, singelo, doce e delicado, foi capaz de me fazer esquecer quem eu era, qual meu nome e onde estava. Foi capaz de me despir só com os olhos. E hoje, ainda me sentindo nua diante das minhas lembranças percebo que minha vida não tem mais o mesmo sentido, o mesmo sabor. Meu mundo desmoronou em um instante,somente com um olhar, aquele olhar, que a todo instante me pergunto, onde estará?

Prostituição: Qual a chave dessa algema?

Segundo um relatório divulgado na Espanha pela Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 140.000 mulheres são vítimas de exploração sexual na Europa Ocidental. E acredita-se que anualmente 70.000 novas mulheres chegam à região e substituem as antigas em bordeis, casas de massagem e residências.

A região do Bálcãs é o principal destino, abrigando 32% da parcela total. E de acordo com a ONU, estima-se que essas mulheres façam em torno de 50 milhões de programas por ano, a 50 euros em média por cliente (aproximadamente R$109). O que representa uma movimentação na economia de 2,5 bilhões de euros por ano (aproximadamente R$ 5,47 bilhões).

A porta de entrada


Essas mulheres são escravas sexuais e vítimas de uma rede criminosa, o tráfico. Elas entram nesta rede, em sua maioria, enganadas, vendidas por familiares e “amigos” de seus países de origem ou atraídas por falsas promessas de emprego, casamento, vida artística, concursos de beleza e agenciamento de modelos.

Esses traficantes, que ao contrário do que muitos pensam, nem sempre são homens, maltratam essas mulheres, que ficam presas a um sistema imundo, onde são obrigadas a se prostituir. Além de ficarem aprisionadas aos seus “cafetões” com dívidas absurdas, como as despesas de tirá-las de seu país de origem para o “inferno”. E para sobreviver a tudo isso, a maioria delas acabam se drogando.

Em seu relatório, a ONU destaca ainda o aumento de mulheres provenientes da China, Camboja e Vietnã. Entre as brasileiras há também um aumento no número de casos, sendo originárias, em sua maioria, de regiões pobres do norte do Brasil, como do Amazonas, Pará, Roraima e Amapá.

Os Consumidores

Entre os consumidores desse serviço, os espanhóis são os que mais se destacam, cerca de 39% dos homens reconhecem já ter pagado por sexo. Um percentual atípico para Europa, segundo a ONU. A Suíça fica em segundo lugar com 19%, seguida da Holanda com 14% e da Suécia com 13%.

Na divulgação do relatório, o diretor-executivo das Nações Unidas de Controle de Drogas (UNODC), afirmou que “Os europeus acreditam que a escravidão foi abolida há centenas de anos. Mas olhem em volta - os escravos estão em nosso entorno. Precisamos fazer mais para reduzir a demanda por produtos feitos por escravos e por meio da exploração".

Confira o site da UNODOC: www.unodc.org

Tecnologia do Blogger.